Isto deveria ter sido um duo de fantasia de Halloween! 😂

E se Interstellar não for uma história sobre a humanidade alcançando as estrelas, más uma história sobre a mente de um homem alcançando a paz no instante antes da morte? Imagine que Joseph Cooper nunca sobreviveu ao lançamento da missão — que o tremor violento, o rugido ensurdecedor e o flash branco de luz que preenchia seu cockpit não eram o começo de uma viagem, mas o fim de sua vida. E que tudo o que se segue — o buraco de minhoca, Gargantua, a quinta dimensão — é um último sonho em colapso de uma mente moribunda tentando fazer sentido de sua própria extinção. Interstellar começa com uma contradição: a humanidade está se preparando para deixar um planeta moribundo enquanto é esmagada pela mesma decadência da qual está tentando escapar. É uma simetria poética — a espécie sufocando sob sua própria poeira, enquanto sonha com ar limpo em outro mundo. Mas talvez a verdadeira tragédia não resida na missão de sobrevivência em si, mas na ideia de que podemos morrer antes mesmo de decolar. Sob essa perspectiva, o lançamento de Cooper não é uma partida física, mas uma liberação psicológica — uma metáfora para o limiar entre a vida e a morte. O caos da decolagem derrete-se em silêncio, e de repente ele está sem peso, desapegado da Terra, desapegado do tempo. Essa transição — do barulho para a quietude — parece menos uma viagem ao espaço e mais uma travessia para a eternidade.