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Aumentar a parte da riqueza total retida pelos ricos – por exemplo, cortando os seus impostos – beneficiará os pobres, de acordo com a teoria do trickle-down. Ao transferir rendimento daqueles que consomem uma maior parte do seu rendimento para aqueles que consomem uma menor parte (e, assim, poupam mais), aumenta a poupança total, que por sua vez aumenta o investimento (numa economia fechada, a poupança é sempre igual ao investimento). Como mais (produtivo) investimento leva a um crescimento mais rápido, a maior poupança dos ricos acaba por beneficiar os pobres ao aumentar os empregos e os salários.
Mas isso não é mais necessariamente verdade do que é necessariamente falso. Na verdade, a teoria do trickle-down pode funcionar sob certas condições e falhar sob outras. O ponto que muitas vezes é ignorado tanto pelos defensores quanto pelos opositores do trickle-down é que, embora as políticas que transferem rendimento para os ricos aumentem de fato a poupança dos ricos, a chave é saber se também aumentam a poupança total e o investimento total. Acontece que isso depende das condições subjacentes na economia.
Numa país com necessidades de investimento muito altas e poupança doméstica insuficiente para financiá-las todas, o aumento da desigualdade de rendimento pode, de fato, beneficiar os pobres ao aumentar o investimento – se houver mecanismos que direcionem a maior poupança dos ricos para o investimento produtivo. Nesse caso, taxas de crescimento do PIB mais altas podem compensar mais do que a parte decrescente do PIB retida pelos lares comuns.
If you want to help the poor, then lower taxes on the rich. What helps the poor is a productive economy that makes goods and services more abundant and less expensive, while creating employment opportunities. The capital investment that makes that possible comes from the rich.